segunda-feira, 25 de junho de 2012

Modernidade e constituição do campo da literatura infantil e juvenil no Brasil


Monteiro Lobato se empenhou em fazer crescer a história do livro para crianças e jovens. E percebeu formas possíveis de sobrevivência do escritor, ditadas pelo mundo que estava se modernizado. Com isso, escritor, editor e distribuidor, misturaram-se e formaram um novo projeto para literário para jovens e crianças. Esse processo coincidiu com o processo de expansão da escola e preocupação com a leitura. Com a publicação de “A menina do narizinho arrebitado”, Lobato marca uma nova fase literatura no Brasil.
“Muitos leitores de Lobato e estudiosos da literatura infantil e juvenil reconhecem o caráter fundador das obras do escritor e de como a publicação das histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo viriam a marcar decisivamente a produção literária posterior no Brasil” (MACHADO, p. 85).
Apesar de histórias sobre sítios já se fizessem presentes na escola, nada foi tão inovador quanto o Sítio do Pica-Pau Amarelo para as práticas escolares de leitura literária e conseguiu apoio de alguns do governo para que seu primeiro livro para crianças fosse publicado.
Lobato trouxe um projeto estético inovador para a leitura infantil e juvenil e este modelo foi sendo trabalho repetidas vezes com o intuito de: “trazer para o terreno das leituras da infância e da juventude as fragilidades humanas que a boa literatura não esconde” (MACHADO, p. 86).
Lobato surgiu em um momento de carência das publicações nacionais para crianças e jovens, o que fez com que sua obra tivesse um tom moderno para sua época. Ele estabelecia uma boa dosagem entre o útil e o agradável, ou seja, as crianças precisavam ler, pois isso faz parte do currículo, mas isso não significa que está leitura não poderia ser prazerosa e interessante.
Através de suas histórias, Lobato mostrava que todo assunto poderia sim ser assunto para criança. Como esse olhar inovador sobre a criança e o jovem, ele ganhou respeito e conquistou seu público.
No final dos anos 60 e inicio dos anos 70, políticas educacionais de incentivo à leitura foram criadas e então a produção foi diversificada e vários autores surgiram para atender a demanda dos novos leitores que surgiram com a lei da reforma de ensino que obrigou a adoção de livros de autores brasileiros nas escolas de 1º grau. Nos anos 80, os ilustradores ganharam destaque, em decorrência da ênfase dada à imagem.

MACHADO, Maria Zélia Versiani. Modernidade e constituição do campo da literatura infantil e juvenil no Brasil . Leitura Literária, a mediação escolar. Belo Horizonte. Faculdade de Letras da UFMG. 2004.

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