Monteiro Lobato se empenhou em fazer
crescer a história do livro para crianças e jovens. E percebeu formas possíveis
de sobrevivência do escritor, ditadas pelo mundo que estava se modernizado. Com
isso, escritor, editor e distribuidor, misturaram-se e formaram um novo projeto
para literário para jovens e crianças. Esse processo coincidiu com o processo
de expansão da escola e preocupação com a leitura. Com a publicação de “A
menina do narizinho arrebitado”, Lobato marca uma nova fase literatura no
Brasil.
“Muitos leitores de Lobato e estudiosos
da literatura infantil e juvenil reconhecem o caráter fundador das obras do
escritor e de como a publicação das histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo viriam a marcar decisivamente a produção
literária posterior no Brasil” (MACHADO, p. 85).
Apesar de histórias sobre sítios já se
fizessem presentes na escola, nada foi tão inovador quanto o Sítio do Pica-Pau Amarelo para as
práticas escolares de leitura literária e conseguiu apoio de alguns do governo
para que seu primeiro livro para crianças fosse publicado.
Lobato trouxe um projeto estético inovador
para a leitura infantil e juvenil e este modelo foi sendo trabalho repetidas
vezes com o intuito de: “trazer para o terreno das leituras da infância e da
juventude as fragilidades humanas que a boa literatura não esconde” (MACHADO,
p. 86).
Lobato surgiu em um momento de carência
das publicações nacionais para crianças e jovens, o que fez com que sua obra
tivesse um tom moderno para sua época. Ele estabelecia uma boa dosagem entre o
útil e o agradável, ou seja, as crianças precisavam ler, pois isso faz parte do
currículo, mas isso não significa que está leitura não poderia ser prazerosa e
interessante.
Através de suas histórias, Lobato
mostrava que todo assunto poderia sim ser assunto para criança. Como esse olhar
inovador sobre a criança e o jovem, ele ganhou respeito e conquistou seu
público.
No final dos anos 60 e inicio dos anos
70, políticas educacionais de incentivo à leitura foram criadas e então a
produção foi diversificada e vários autores surgiram para atender a demanda dos
novos leitores que surgiram com a lei da reforma de ensino que obrigou a adoção
de livros de autores brasileiros nas escolas de 1º grau. Nos anos 80, os
ilustradores ganharam destaque, em decorrência da ênfase dada à imagem.
MACHADO, Maria Zélia Versiani. Modernidade e constituição do campo da literatura infantil e juvenil no Brasil . Leitura Literária, a mediação escolar. Belo Horizonte. Faculdade de Letras da UFMG. 2004.
MACHADO, Maria Zélia Versiani. Modernidade e constituição do campo da literatura infantil e juvenil no Brasil . Leitura Literária, a mediação escolar. Belo Horizonte. Faculdade de Letras da UFMG. 2004.
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