“É preciso que a literatura tenha seu
lugar na escola, qualquer que seja a idade das crianças, se se quer formar
futuros leitores” (CHARTIER, p. 130).
Hoje, a literatura infanto-juvenil é
abundante e está disponível para que qualquer um possa lê-la. A mediateca, que
é uma biblioteca informatizada e multimídia que disponibiliza uma vasta gama de
suportes: livros, revistas, vídeos, filmes, CDs, CD-ROMS, softwares diversos,
já estão disponíveis para os alunos.
A literatura infanto-juvenil deve ser
trabalhada de maneira diferenciada, a fim de cativar o aluno. A literatura não
deve ser esquecida nas leituras infantis, pois estas não devem ter como
objetivo apenas distrair os alunos, mas sim, formar a personalidade,
inteligência, caráter das crianças. “Se se deseja formar o gosto de alguém pela
leitura, todos sabem que não se pode prometer a essa pessoa o prazer imediato e
durante todo o tempo” (CHARTIER, p. 129). A leitura precisa ser trabalhada para
que o aluno crie gosto por ela.
“A
literatura infanto-juvenil é uma propedêutica à literatura, é uma subliteratura
que se daria aos jovens para ajudá-los a entrar na ‘grande literatura’?”
(CHARTIER, p. 131).
Segundo CHARTIER, a literatura
infanto-juvenil trabalha com livros e autores mais pertinentes ao público leitor,
ela seria uma “isca” para iniciar as crianças na leitura e numa leitura cada
vez mais autônoma.
O importante não é levar a ler
literatura, mas simplesmente, transformar as crianças e os jovens em leitores,
visando que no futuro, eles sejam capazes de escolherem, sozinhos, as boas
leituras que farão e sentirão prazer em fazê-las.
“Alunos muito bons não reconhecerem mais
o amor pela leitura como uma característica necessária da excelência escolar é
um fato profundamente perturbador. Isso significa que entramos na era da
banalização da leitura, que não é mais reconhecida como sinal distintivo de
pertencimento a um grupo valorizado” (CHARTIER, p. 137).
CHARTIER, Anne-Marie. Que leitores queremos formar com a
literatura infanto-juvenil? Leituras Literárias: Discursos Transitivos,
Coleção Literatura e Educação, p. 127-144, 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário