segunda-feira, 25 de junho de 2012

Que leitores queremos formar com a literatura infanto-juvenil?

“É preciso que a literatura tenha seu lugar na escola, qualquer que seja a idade das crianças, se se quer formar futuros leitores” (CHARTIER, p. 130).

Hoje, a literatura infanto-juvenil é abundante e está disponível para que qualquer um possa lê-la. A mediateca, que é uma biblioteca informatizada e multimídia que disponibiliza uma vasta gama de suportes: livros, revistas, vídeos, filmes, CDs, CD-ROMS, softwares diversos, já estão disponíveis para os alunos.
A literatura infanto-juvenil deve ser trabalhada de maneira diferenciada, a fim de cativar o aluno. A literatura não deve ser esquecida nas leituras infantis, pois estas não devem ter como objetivo apenas distrair os alunos, mas sim, formar a personalidade, inteligência, caráter das crianças. “Se se deseja formar o gosto de alguém pela leitura, todos sabem que não se pode prometer a essa pessoa o prazer imediato e durante todo o tempo” (CHARTIER, p. 129). A leitura precisa ser trabalhada para que o aluno crie gosto por ela.

“A literatura infanto-juvenil é uma propedêutica à literatura, é uma subliteratura que se daria aos jovens para ajudá-los a entrar na ‘grande literatura’?” (CHARTIER, p. 131).

Segundo CHARTIER, a literatura infanto-juvenil trabalha com livros e autores mais pertinentes ao público leitor, ela seria uma “isca” para iniciar as crianças na leitura e numa leitura cada vez mais autônoma.
O importante não é levar a ler literatura, mas simplesmente, transformar as crianças e os jovens em leitores, visando que no futuro, eles sejam capazes de escolherem, sozinhos, as boas leituras que farão e sentirão prazer em fazê-las.


 O bom aluno gosta de ler?
 “Assiste-se hoje, a uma dissociação bem marcada entre o fato de gostar de ler e o fato de ser reconhecido como bom aluno no âmbito escolar” (CHARTIER, p. 136). Antigamente, essas suas vertentes estavam intimamente ligadas, porém no atual contexto, não é mais assim. Podemos observar, que os alunos que têm as melhores notas, nem sempre são os que mais frequentam as bibliotecas. Enquanto os alunos que mais frequentam as bibliotecas e são consideradas como leitores, nem sempre têm boas notas. O que acontece é que a maioria dos bons alunos, se restringe às leituras obrigatórias pelo currículo escolar, não indo além disso.
“Alunos muito bons não reconhecerem mais o amor pela leitura como uma característica necessária da excelência escolar é um fato profundamente perturbador. Isso significa que entramos na era da banalização da leitura, que não é mais reconhecida como sinal distintivo de pertencimento a um grupo valorizado” (CHARTIER, p. 137).

CHARTIER, Anne-Marie. Que leitores queremos formar com a literatura infanto-juvenil? Leituras Literárias: Discursos Transitivos, Coleção Literatura e Educação, p. 127-144, 2008.

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